Boa de cama ou esposa que ama?
Reza a lenda que na antiga Pérsia um rei foi traído por sua rainha. Desrespeitado e enfurecido, mandou executar a esposa e o amante. Depois disso, decidiu que toda noite se casaria e na manhã seguinte ordenaria a execução da mulher que recebera em matrimônio. Desta forma, nunca mais seria traído.
Um dia, uma moça muito astuta e determinada decidiu se casar com o rei. Terminada a breve cerimônia nupcial, ele conduziu-a a seus aposentos, mas, antes de trancar a porta, ouviu uma ruidosa choradeira. Era a irmã mais nova de sua esposa, que se lamentava por não poder mais ouvir as histórias da irmã mais velha, como lhe era de costume todas as noites. A pequena menina entrou no quarto e ali buscou entreter-se com sua irmã pela última vez.
Após tentativas frustradas de impedir a narrativa, o rei ficou quieto e também se pôs a ouvir. O soberano permaneceu atento, visualizando mentalmente as cenas de aventura e romance descritas por sua esposa. De repente, no momento mais empolgante da história, a mulher silenciou. O rei insistiu que ela continuasse, mas a moça salientou que já havia amanhecido e ouvia-se até mesmo o som do carrasco afiando a espada. Muito cansado, o rei adiou todos os seus compromissos para aquele dia. Deitou-se e dormiu profundamente. Ao anoitecer, acordou e ordenou que a mulher concluísse o relato e que lhe contasse uma outra história.
E assim ela fez o mesmo naquela noite, contou-lhe mais um relato e deixou o último por terminar. O rei maravilhado com as narrações de sua esposa, deixou-a no palácio por mais uma noite. Dessa forma passaram-se dias, semanas, meses, anos.
Certa manhã, ao surgir do sol, a mulher terminou sua última história e falou: “Agora não tenho mais nada para lhe contar. Estão batendo na porta! Deve ser o carrasco. Finalmente você pode me mandar para a morte. Todavia, antes de preparar minha execução, você precisa conhecer nossos filhos. Desde que nos casamos eu lhe dei três varões, mas você estava tão encantado com meus contos que nem percebeu”. Só então o rei constatou que sua amargura desaparecera. Comtemplando sua esposa e filhos, sentiu o amor lhe inundar o coração, e descobriu que jamais poderia matá-la, pois não conseguiria viver sem ela.
Como essa história pode ajudar meu casamento?
O casamento do rei e de sua esposa tinha tudo para dar errado. Pelas circunstâncias em que se realizou, estava fadado à ruína. Quantos relacionamentos também se iniciam destinados a destruição! É bem provável que nos venha a mente casos que tinham tudo para dar certo, mas mesmo assim não deram certo. Por que será que algumas histórias de amor acabam se tornando verdadeiros filmes de terror?
Quando conhecemos alguém que nos desperte paixão, tiramos tempo até de onde não temos, sacrificando o que quer que seja para podermos estar na companhia daquela pessoa. Então por que quando casamos não valorizamos a oportunidade, anteriormente ansiada, de passarmos mais tempo juntos? Porque a maioria dos casais tem falhado em dedicar tempo de qualidade a seus casamentos. É por isso que muitos relacionamentos esfriam...
A esposa do rei jamais deixava que ele ficasse entediado, pois sabia que isso lhe custaria a vida. Ela não se limitava ao fato de todas as manhãs ter mais um dia de existência. Mesmo sabendo o que aconteceria a noite, ela era criativa e misteriosa o suficiente para transformar rotina em surpresa. Apesar de estar constantemente contando histórias, sempre tinha uma novidade para contar.
Qual meu nível de Intimidade no Casamento?
Como rei, seu marido detinha uma posição que lhe permitia desfrutar do prazer de outras mulheres além dela. Mulheres mais bonitas, mais atraentes e mais experientes, sexualmente falando. Provavelmente, as esposas anteriores daquele homem devem ter tido um desempenho sexual muito melhor que o daquela moça, pois na busca de se livrarem da morte, tentaram propiciar ao rei a melhor noite de núpcias de sua vida. Era tudo que elas tinham para oferecer e ainda assim foi em vão. Quantas mulheres cegamente acreditam que podem prender um homem apenas com beleza e satisfação sexual! Partindo desse pressuposto, podemos até pensar que aquela mulher não tinha tantos dotes sexuais, uma vez que seu esposo só se interessava em suas histórias. Entretanto, para um rei tão exigente, ser boa de cama era uma qualidade no mínimo esperada de uma rainha.
Aquele casal passava bastante tempo junto, e com certeza não era só porque ela sabia se expressar verbalmente. Todas as noites aquela esposa seduzia seu marido, num misto de fascinação e mistério. Seus gestos, sua postura, seu olhar e até a entonação da sua voz revelavam sensualidade. Com a mesma paixão que ela narrava suas histórias, ela se devotava a seu esposo nos momentos de prazer. Não era só sexo, era amor puro e sincero. Naquele instante os dois se completavam. Estavam conectados.
Descobrindo os Segredos para uma Vida Feliz
Você pode estar pensando que aquela mulher só fazia todo aquele esforço para se manter viva. Ao se casar com o rei ela deixou tudo para trás, pois compreendia o valor de uma união. Aquela mulher não lutava só por sua vida, ela lutava pela vida de seu matrimônio, pois sabia que agora eram uma só carne. Somente quando percebemos a importância deste compromisso, descobrimos o quanto precisamos lutar para que ele sobreviva. E você, o quanto tem se esforçado para manter vivo o seu casamento?
Era isso o que fazia daquela mulher uma esposa tão especial! Ela o amava. Antes de ser boa de cama, era uma boa esposa. Da mesma forma que ela se esforçava para mantê-lo feliz, ele oferecia a ela um voto de confiança diário, indo contra sua própria descrença no amor e na fidelidade. Não era uma troca de favores. Tratava-se de dar sem esperar receber algo em troca. Trava-se de doação.
Estamos tão mergulhados em nossa rotina diária que, mesmo estando juntos, não estamos conectados. Mesmo compartilhando a mesma cama, não compartilhamos os mesmos sonhos. O fato de estarmos casados não significa que estamos nos doando, assim como química no sexo não quer dizer que exista amor. Se não nos completamos, estamos falhando como marido e mulher. Estamos colocando nosso casamento em risco e desistir dele não é uma opção. Devemos ser como a esposa do rei e lutar todos os dias para que nosso casamento não morra. É fundamental ser boa de cama, mas em primeiro lugar é preciso ser uma esposa que ama. Assim, poderemos apreciar diariamente o encanto e a magia de nossa própria história de amor.
Por Isadora Mesquita, Gestora de Marketing.
